24 de set. de 2013

O coração ficou cinzento

Não há poesia que mude o sentir
E de nada adianta lutar em vão:
Não há nada que possa ferir
O pobre e indefeso coração
Mais do que as frias palavras
Sempre amargas
Que matam e morrem
E assim consomem
O que poderia ser amor
Mas que se transformou em dor
Assim sendo, não amou, e morreu
E o coração? A batalha perdeu...
Pois não há amor quando apenas um ama
É muito pra um só, que, então, o derrama...
... E transborda seu sentimento
Matando todo o contentamento...
E tratando com unguento
Um coração que ficou cinzento...
(Cinzento, sozinho e sonolento...)

(é a última poesia que postarei com métrica tão descomposta. Esse é um estilo que nunca me agradou. Hei de lapidar mais avidamente as próximas poesias a serem compartilhadas.)

14 de set. de 2013

Longínquo

Perto de ti, sou feliz
Longe, infeliz
Solidão que construí
Decisão que decidi
É tudo culpa minha
Sozinho nessa caminha
Desenhando uns desenhos
Fitando uns desenhos
Que pendem na parede
Que matam a tênue sede
De ficar longe de ti
De tanto pensar em ti
Vivendo sem andamento
Tu, apenas no pensamento
Sem muita certeza
Sem muita firmeza
Medo de quê? Pergunto
Eu sei – de ficar junto
Entendo que minhas súplicas
Tenham-se tornado múltiplas
Entendo esses teus medos
De criar novos segredos
Com alguém que a quer amar
E que não iria a desapontar
Que a faria feliz muito além
Contra tudo que provêm
Da alegria do amante derradeiro
Que vive um amor verdadeiro
Que vê nos olhos do seu amor
A razão pela qual lhe deu a flor
Que criou desde semente
Que aqueceu com a chama ardente
Da mais bela estrela cadente
Que colheu do céu benevolente

Com alguém
Que aguarda por alguém
Sozinho, sem ninguém...

1 de set. de 2013

Minha Vida

Minha vida não foi um romance...
Nunca tive até hoje um segredo.
Se me amar, não digas, que morro
De surpresa... de encanto... de medo...

Minha vida não foi um romance
Minha vida passou por passar
Se não amas, não finjas, que vivo
Esperando um amor para amar.

Minha vida não foi um romance...
Pobre vida... passou sem enredo...
Glória a ti que me enches de vida
De surpresa, de encanto, de medo!

Minha vida não foi um romance...
Ai de mim... Já se ia acabar!
Pobre vida que toda depende
De um sorriso.. de um gesto.. um olhar...

                                               Mario Quintana

(Segunda poesia de outros poetas que posto. Essa é, para mim, uma das melhores descrições da dor de amor que sente o amante desafortunado.)