19 de ago. de 2012

Sou cor, sou ser


Sou o nada que existem em tudo.
Sentado à soleira do nascer.
Venho do preto e branco mudo.
Sou as cores de um novo ser.

Quieto.

No tempo perdi
O tempo de escrever
Tudo o que senti
Sem nada a dizer.

Sem nada a dizer,
Nada omitir.
Não dá para descrever
O mais puro sentir.

Mas não esqueci
O eterno dever:
Quem escolhi
Jamais esquecer!

11 de ago. de 2012

Por qual razão? Há.

Não escrevo para que alguém leia, escrevo para que isso tudo não fique engasgado e vire vômito.

Escrever e viver


              Então eu li isso: “Será que é bom amar alguém que escreve melhor do que fala?”
              É o meu caso. Sou uma contradição constante, daqueles que se contradiz pelo anseio de ser aceito. Tenho medo de ser rejeitado, de ser excluído, de ser posto na prateleira como um mero objeto bonitinho e dispensável.
              Me apaixono fácil, por tudo aquilo que seja singelo e singular, contrariante e atípico.
              Me apaixono fácil, mas nem sempre demonstro.
              Apenas venho para esse cantinho recluso e escrevo.
              Ponho sentimento nestas palavrinhas, brutas, que após o trabalho do ourives reluzem. Sentimento que aqui há de permanecer incrustado? Talvez, quase certamente, pois amar é como andar de montanha russa, ou fazer cálculo de probabilidade: sempre haverão altos e baixos, acertos e erros, sins e nãos, yins e yangs. A decepção que sempre vem é um conceito relativo à individualidade de cada um. Não digo nunca que me decepcionei, mas sim que criei demasiadas expectativas.
             E depois?
             Vim pra cá escrever claro,

Entre lágrimas no teclado e noites no telhado,
A olhar as estrelas contemplando seu passado,
Escrevendo poesia ruim de versos mal-rimados,
Ouvindo o silêncio, seus acordes, seus suspiros.

              Mas do que adianta escrever, quando o que preciso é viver?